O COVID-19 trouxe mais limpezas aos armários e maior preocupação em economizar
Micolet.pt realizou por primeira vez um relatório sobre a Moda Circular em Portugal. Devido ao Covid-19, a Micolet duplicou os pedidos de recolha de roupa para vender roupa em segunda mão no seu website. Atualemente recolhe 10.000 artigos por dia. Ao observarmos esta mudança, decidimos incluir algumas perguntas sobre como as portuguesas viveram o confinamento.
No Relatório de Moda Circular 2020 verifica-se como o Covid-19 afetou a economia circular em Portugal e em particular o setor de moda em segunda mão e os hábitos de consumo das consumidoras.
Mais de metade das mulheres portuguesas fizeram uma limpeza ao seu armário em 2020
O estudo revela que 54,3% das mulheres fez uma limpeza ao seu armário durante o confinamento. Em todas as gerações foi feita limpeza dos armários por mais de 50% das mulheres.

É impressionante descobrir como a roupa descartada nestas limpezas foi 40% doada, 33% oferecida a amigos e familiares, 4% vendida em plataformas de venda de roupa em segunda mão e apenas 2% deitada fora.
Podemos concluir que existe cada vez mais preocupação com a sustentabilidade e com a economia circular na moda. As consumidoras procuram opções mais sustentáveis antes de se desfazerem completamente da roupa que já não usam. Estamos perante uma nova etapa: deitar a roupa fora é a última opção.
O armário português continua a ser dominado pela fast fashion
Observando o tipo de artigos que as portuguesas têm nos seus armários, 46% são de marcas fast fashion.
Apesar de apenas 3% das roupas dos armários das portuguesas serem de segunda mão, há uma grande receptibilidade neste mercado.

Das mulheres inquiridas, 80% compra artigos para atualizar o seu armário e 46% das mulheres compra ao ver ofertas/descontos.
Para além das razões de compra mencionadas anteriormente, 20% das mulheres admite que compram por impulso, aumentando assim a quantidade de roupa acumulada no armário.
O futuro da moda em segunda mão é prometedor
60% das mulheres portuguesas afirma que a sua percepção sobre a moda em segunda mão melhorou nestes últimos 5 anos.
Das mulheres que já compram roupa em segunda mão, 42% afirmam que o principal fator é a sustentabilidade e a preocupação com o meio ambiente.A geração millennials é a que mais compra em segunda mão, com um 50%.

As principais motivações para comprarem roupa em segunda mão por ordem de importância são: poupar dinheiro, sustentabilidade e aquisição de produtos exclusivos.
18,7% das mulheres planeia aumentar o seus gastos em moda de segunda mão. Por outro lado, 74% das mulheres estão dispostas a vender roupa usada nos próximos anos.
Analisando estes resultados, parece razoável estabelecer a moda circular como forma habitual de consumo. Seria ideal conseguirmos atingir essa meta, pois ajudaria a aliviar os efeitos que a fast fashion tem no meio ambiente. Atualmente a Micolet economiza 60.000 peças de roupa por mês, o equivalente a 204.876.180 litros de água (mais de um milhão de duches) e 397.200 kg de CO2.
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